Missa Crismal

“O tempo para estar na presença de Deus na oração é uma verdadeira prioridade pastoral” (Bento XVI).

A Missa Crismal, quando o Bispo concelebra com o seu presbitério e dentro da qual consagra o santo crisma e benze os outros óleos, expressa a comunhão dos presbíteros com o Bispo. Na confecção do crisma, os padres são testemunhas e cooperadores do Bispo, de cujo múnus sagrado participam, na edificação, santificação e condução do povo de Deus. Cada padre renova as promessas feitas perante o bispo e o povo, confirmando os compromissos sacerdotais, assumidos na ordenação.

“Por este motivo eu te exorto a reavivar o dom de Deus que há em ti pela imposição das minhas mãos” (2 Tm 1,6).

O sacerdócio é dom de Deus. Em virtude do sacramento da Ordem, o padre se configura a Cristo Sacerdote, Profeta e Pastor: é homem do altar, consagrado para celebrar o culto divino, santificando o povo de Deus; para pregar o Evangelho e ensinar; e para apascentar o povo de Deus, pela caridade pastoral. A espiritualidade do presbítero se concentra nessas três dimensões: do culto, da palavra e do serviço. Os três ministérios se completam e se harmonizam, quando o padre santifica, também ensina e governa; enquanto ensina, também santifica e governa e enquanto governa, santifica e ensina.

Reavivar o dom de Deus que há em mim, significa: colocar Jesus Cristo, Filho de Deus e Sacerdote; Palavra do Pai e Profeta; Irmão dos homens e Pastor como modelo da minha vocação e ministério. Devo ter especial relação com o Senhor, de cujo tríplice múnus de santificar, ensinar e apascentar eu participo.

Reavivar o dom de Deus que há em mim é colocar as celebrações dos sacramentos, de modo privilegiado a Eucaristia e a vida de oração como centro. “O tempo para estar na presença de Deus na oração é uma verdadeira prioridade pastoral” (Bento XVI).

Reavivar o dom de Deus que há em mim é reconhecer as minhas fraquezas, mas sobretudo, a misericórdia de Deus. Devo exercer o ministério da reconciliação, na transparência da misericórdia de Jesus, manifestada em sua prontidão para o perdão.

Reavivar o dom de Deus é acolher a tradição espiritual da Igreja católica, as grandes escolas de espiritualidade e a experiência dos santos, nossos intercessores e modelos de santidade. Busco na leitura espiritual e no testemunho dos santos inspiração para a minha espiritualidade. Maria é minha rainha e mãe, devo a ela, a imitação, o amor filial, o serviço e a honra. São José é meu patrono e modelo.

O padre é consagrado para pregar o Evangelho e ensinar a fé católica. Ele é um homem “ante à Palavra”, da sua abertura pessoal à Palavra de Deus, depende muito a eficácia de sua pregação; é um “homem de palavra”, na medida em que o seu ministério exige testemunho de vida; é homem da Palavra, tem a responsabilidade de desempenhar este ministério.

Reavivar o dom de Deus que há em mim é buscar na Palavra a luz no meu ministério e desempenhar com dignidade e sabedoria a pregação e o ensino pela Palavra.

O padre é consagrado para apascentar o povo de Deus, pela caridade pastoral.

Reavivar o dom de Deus que há em mim é acolher e viver os conselhos evangélicos em função do Reino, de minha consagração ao apostolado. Reavivar o dom de Deus que há em mim é viver a comunhão e a fraternidade presbiteral. A diocese é a minha família, o lugar para encontrar os meios específicos de santificação e de evangelização e ali viver a comunhão fraterna, a amizade sacerdotal e a vida comum.

“Guarda o precioso bem a ti confiado com a ajuda do Espírito Santo” (2 Tm 1,14). Na Ordenação recebi o selo do Espírito Santo. Sou um homem assinalado com o caráter sacramental para ser ministro de Cristo e da Igreja. É na comunhão do Espírito Santo que o encontro a unção e a luz para viver a vocação. Ele é meu companheiro, o pai dos pobres. Um sacerdote vive a renovação das promessas sacerdotais, com a unção e a luz do Espírito Santo.

Agradeço a vocês, padres, a acolhida do dom do sacerdócio e o serviço que realizam nas nossas paróquias, comunidades e atividades diocesanas. A vocês, fiéis, peço orações: é louvável que a comunidade interceda pela vida e ministério dos presbíteros.

Dom Paulo Roberto Beloto,
Bispo Diocesano.