Sagrada Família de Jesus, Maria e José
30 de dezembro de 2022
A Igreja católica celebra, logo após o Natal, uma festa dedicada à
Sagrada Família de Jesus, Maria e José. A intenção é refletir e contemplar como
José e Maria acolheram o Menino Jesus no aconchego de um lar, correspondendo na
fé e no amor à vontade de Deus sobre a família. As datas das solenidades do
nascimento do Salvador e da Santa Mãe de Deus coincidiram com o Domingo, por
isso, celebramos no dia 30 esta festa litúrgica natalina.
Eclesiástico 3,3-7.14-17ª apresenta os pais como colaboradores de Deus:
honrar, obedecer, respeitar e amparar pai e mãe é abrir-se às suas bênçãos.
Na Carta aos Colossenses 3,12-21, Paulo diz que somos amados por Deus,
eleitos e queridos por Ele. Como resposta ao seu amor, devemos viver a
misericórdia, a bondade, a humildade, a mansidão, a paciência e o perdão. Essas
virtudes e sentimentos descritos pelo apóstolo reforçam, protegem e enfeitam a
vida comunitária e familiar. O amor é o mais importante. Ele é o vínculo da
perfeição, o centro de tudo, pois vem de Deus. Sem o amor não há vida
comunitária e familiar.
Mateus 2,13-15.19-23 descreve José e Maria enfrentando as dificuldades e
as vicissitudes da vida familiar.
A família é um “dos tesouros mais importantes”, é “patrimônio da humanidade”
(DAp, 432). Ela está no projeto de Deus. Jesus elevou a união homem e mulher à
dignidade de sacramento. A família é a melhor empresa que um homem e uma mulher
possuem. É um bem para o próprio casal, está ordenada para a realização dos
esposos; é um bem para os filhos, lugar da geração da vida, da educação e da
formação para os valores; é um bem para a Igreja, na medida em que os pais
educam os seus filhos na fé e nos valores cristãos; é um bem para a sociedade,
capital humano e social primário do qual a sociedade necessita, escola de
humanização e valores cívicos.
O matrimônio não é um ato mágico. No altar não se destroem as fraquezas
e defeitos de cada um. Mas a partir da celebração do sacramento haverá no casal
uma semente divina, que se encontrar terreno fértil vai germinar e gerar
frutos.
O casal precisa cultivar o amor que os uniu. O casamento é um serviço de
amor, ser pai, ser mãe, esposo e esposa é uma vocação de amor. O amor é a única
realidade que faz nascer e manter viva uma família, ocupa o centro do
matrimônio e da vida familiar.
O amor se concretiza em regras – ascese, disciplina, zelo – como a
oração, o respeito, o perdão, o diálogo, a transparência, o zelo, a
criatividade, o segredo, a simplicidade, a moderação, a união, a fidelidade. Todas
essas virtudes e sentimentos sustentam o casamento e a vida familiar.
Que a Sagrada Família abençoe e proteja as nossas famílias.
Dom Paulo Roberto
Beloto, Bispo Diocesano.