26º Domingo do Tempo Comum – Ano A

Reflexão da Liturgia Dominical

Em Mateus 21,28-32 lemos uma parábola contada por Jesus, presente só neste Evangelho. Ele está em Jerusalém, no Templo, dialogando com os chefes dos sacerdotes e anciãos. Contou uma estória com três personagens: o pai e os dois filhos. Ambos os filhos têm atitudes que se contrastam. Diante do pedido do pai, deles irem trabalhar na vinha, o primeiro respondeu: “Não quero”, mas reconsiderou a sua atitude, mudou de ideia e obedeceu. O outro respondeu “Sim, senhor, eu vou”, mas não obedeceu. O filho que disse sim de imediato, mas não obedeceu o pai, representa a figura das lideranças do poder religioso: acreditavam que viviam sua justiça e a vontade de Deus, mas agiam de modo diferente. Foram responsáveis pela morte de Jesus. O filho que obedeceu representa os pecadores que aceitaram Jesus e se comprometeram com a justiça do Reino. Apesar de sua condição de pecadores, são fiéis à vontade de Deus.

A parábola nos convida ao arrependimento sincero de nossos pecados e à conversão. Somos chamados a trabalhar na vinha do Senhor, a buscar a justiça do Reino, a viver o amor do Pai. Ser cristão é se comprometer com o Evangelho de Jesus. A garantia da santidade é ser sincero em nossa resposta e fazer a vontade do Pai.  

Deus não quer a morte do justo, mas a sua conversão. Ele quer a vida dos seus filhos. Devemos reconhecer os nossos erros e voltar para Ele (Ez 18,25-29).

O salmista expressa sua confiança no Senhor, que é misericórdia, bondade sem limites, piedade e retidão. Ele perdoa, dirige os humildes na justiça e reconduz ao bom caminho os pecadores (Sl 24).

Paulo apresenta Jesus como modelo de humildade a ser seguido (Fl 2,1-11). Ele é o Filho de Deus, tinha a posse da natureza divina, mas não reteve para si esta condição, esvaziou-se em sua vida mortal, perdeu o poder divino e se tornou um simples homem escravo. Obedeceu ao Pai até à morte, despojando-se de tudo para servir. Por isso foi exaltado, e nele e por ele, toda a criação presta um culto de adoração, proclamando: “Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai”. Olhando para Cristo, procurando ter os seus mesmos sentimentos, o cristão procura o caminho da unidade, a harmonia, o amor fraterno e a humildade.

O Senhor nos espera na Eucaristia. Transmite-nos a sua Palavra que reforça a nossa adesão à sua vontade. Que o Ele derrame sobre nós a sua graça, para que caminhando ao encontro de suas promessas, alcancemos os bens que nos reserva.

Que santa Teresinha do Menino Jesus interceda por nós e nos ajude a acolher e a viver a santidade nas pequenas coisas, nas atividades ordinárias, colocando no centro de tudo o amor.

Dom Paulo Roberto Beloto, Bispo Diocesano.